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Nasceu em 8 de março de 1495 em Monteoro Novo, Evora, Portugal. Foi criado trabalhando como um pastor de ovelhas e teve uma juventude bem selvagem na Europa como soldado e mercenário. Teve também alguns períodos de insanidade. Quando tinha 40 anos, ele teria tido uma visão e sentiu grande remorso pelo que tinha sido como soldado. Deixou o exército, alugou uma casa em Granada, na Espanha, e começou a cuidar dos doentes, pobres, dos sem casa e dos abandonados.

Como pastor, teve imenso tempo para meditar sobre o que Deus quereria da sua vida. Quando decidiu, aos trinta e oito anos, que deveria ir para a África para resgatar cristãos cativos, deixou tudo para trás e dirigiu-se ao porto de Gibraltar. Estando na doca à espera do seu navio, encontrou uma família visivelmente triste e desgostosa. Tendo descoberto que era uma família nobre que partia para o exílio na África devido a intrigas políticas, abandonou o seu plano original e voluntariou-se como seu servo. A família adoeceu, quando chegou ao exílio, e João manteve-os, não só cuidando da sua doença, mas também ganhando dinheiro para a sua alimentação. O seu trabalho na construção de fortificações era castigado e desumano, sendo os trabalhadores espancados e maltratados por pessoas que se auto-intitulavam católicas. Vendo cristãos a agir dessa forma tão inquietante, João viu a sua fé abalada. Um padre aconselhou-o a não acusar a Igreja por aqueles atos e a partir para a Espanha imediatamente. João regressou – mas apenas após ter a certeza de que a sua família adotiva recebera o perdão.

Na Espanha passou os seus dias carregando navios e as suas noites visitando igrejas e lendo livros espirituais. A leitura deu-lhe tamanho prazer, que decidiu que deveria partilhar essa alegria com os outros. Deixou o seu trabalho e tornou-se vendedor ambulante de livros, viajando de vila em vila vendendo livros e postais religiosos. Teve uma visão, aos quarenta e um anos, que o levou à Granada, onde vendeu livros numa pequena loja (por isso é o santo padroeiro dos livreiros e tipógrafos).

Ele deu o que tinha, pediu o que não tinha e carregava os que não podiam se mover para o seu mini-hospital. Converteu vários pacientes e aqueles que viam o seu trabalho. João fundou a Ordem de Caridade hoje chamada Ordem dos Hospitaleiros de São João de Deus. Amigo de São João de Ávila, seu lema era: “Trabalhe sem parar. Faça tudo de bom que possa, enquanto você ainda tem tempo”.

Seu desejo impulsivo de ajudar salvou muita gente numa certa emergência. Soou o alarme de que o Hospital Real estava pegando fogo. Tendo largado tudo para se dirigir ao local, constatou que a multidão apenas estava observando a cena: o hospital – e seus doentes – sendo consumidos pelas chamas. Correu para o edifício em chamas e carregou ou ajudou os doentes a sair. Quando todos os doentes estavam a salvo, começou a atirar cobertores, lençóis e colchões pelas janelas – quão bem sabia, pelo seu difícil trabalho, como eram importantes estes objetos. Naquele momento, trouxeram um canhão para destruir a parte ainda em chamas do edifício, de modo a salvar o resto. João pediu-lhes que parassem, subiu ao telhado e separou com um machado a parte em chamas. Conseguiu, mas acabou caindo do telhado em chamas. Todos pensaram que haviam perdido o seu herói, até que João de Deus apareceu miraculosamente do meio da fumaça. Por essa razão, João de Deus é também o Santo Padroeiro dos bombeiros.

Teve visões e períodos de êxtases e a ele são creditados vários milagres de curar alguns dos doentes, os quais tratava apenas com suas orações e bênçãos. Diz a tradição que, em um de seus êxtases, recebeu a coroa de espinhos na testa e teve várias visões da Virgem Maria, uma delas mostrando um rosário e uma coroa de espinhos.

Faleceu em 8 de março de 1550, em Granada, Espanha, enquanto estava orando ante um crucifixo na capela de seu hospital, de uma doença contraída enquanto salvava uma criança de morrer afogada na enchente do rio Ximel.

Foi canonizado em 1690. O Papa Leão XIII, em 1886, o declarou padroeiro dos hospitais e doentes junto com São Camilo de Lellis.

Na arte litúrgica da Igreja, ele é mostrado: como um monge com longa barba, com uma corda no pescoço e com uma cesta; com uma coroa de espinhos trazida pela Virgem; com um crucifixo e o rosário; ou com uma cruz, carregando pessoas doentes e com um pedinte a seus pés.

Ele é especialmente venerado em Granada, Espanha. Sua festa é celebrada no dia 8 de março.

NOVENA A S. JOÃO DE DEUS

Oração Inicial
A ti me dirijo, S. João de Deus, Padroeiro dos Bombeiros. Tu que partilhaste os sofrimentos dos outros e que agora estás junto ao Salvador para intercederes por nós.
Senhor, nosso Pai, quantos males atingem a humanidade, quantos são os desvalidos que sofrem, são tão desprezados e muitos até excluídos. Perdoa nossa omissão, nossa falta de sensibilidade, nossa ignorância por separarmos os sofridos de vós. Sabemos que a falta de amor agrava muitas doenças e acidentes, por isso pedimos, pelos méritos de São João de Deus, o dom da compaixão, da paciência para com os necessitados e, acima de tudo, que tenhamos um grande amor por eles.
Peço que me acompanhes sempre, São João de Deus, para que me lembre de pôr Deus no centro da minha vida, todos os dias.
São João de Deus, rogai por nós. São José, pai protetor, rogai por nós. Maria, Consoladora dos Aflitos, rogai por nós. Amém.

1º dia – Fé de João de Deus em Cristo e na Igreja
Para ti, S. João, o Deus que te criou foi, desde a tua conversão, o centro da tua existência: “vendo a Deus todos os dias” e “sendo forte e constante ao seu serviço”. Esse “Deus, preferido a todas as coisas do mundo” era Deus encarnado em Cristo, “a quem desejavas servir e agradar”. Assim reafirmavas tua fé em Deus, por Cristo, com a Igreja: “aceitando tudo o que tinha e acreditava a Santa Madre Igreja; daqui não fugias, firmavas com o teu selo e fechavas com a tua chave”. Esta era a tua fé feita vida. Concede-me que eu a compreenda e viva como tu. Amém.

2º dia – Esperança feita confiança
Tu, S. João de Deus, expressas assim a tua esperança: “o vosso irmão menor, João de Deus, se Deus quiser, morrendo, mas aceitando e em Deus esperando”. Para ti, Deus é o Senhor, nosso destino: “Eu espero em Deus, que um dia será descanso para as nossas almas”. A tua esperança era confiança existencial e salvífica em Deus e desconfiança em nós: “não confiar em si próprio, mas sim e só em Jesus Cristo, pois Ele conhece o meu coração e me dará a vida eterna”. Com a tua esperança e a tua fé ajuda-me a ver Deus como pai e a confiar no seu amor. Amém.

3º dia – Caridade de João de Deus
Tu, S. João de Deus, escreveste isto: “tende sempre caridade, que onde não há caridade não há Deus”. Esta caridade será misericordiosa: “se víssemos quão grande é a misericórdia de Deus, nunca deixaríamos de fazer o bem enquanto pudéssemos”. A tua espiritualidade refere-se aos necessitados como representantes de Cristo sofredor. Que grande mistério e que grande fé! S. João de Deus, ajuda-me a aceitá-lo, ainda que o não compreenda. Amém.

4º dia – João de Deus e a salvação
Tu, S. João de Deus, desejavas a salvação de todos como a tua própria. Essa salvação é dom: “Jesus Cristo vos guarde e salve”; e é responsabilidade do homem: “viver santamente para aquele que quer salvar-se”. Para ti, “esta vida é uma contínua guerra com o mundo, o demônio e a carne”; e se “o Senhor nos julgará tal como nos encontrar, então será bom que nos emendemos enquanto é tempo”. Ajuda-me, S. João de Deus, a dar sentido à minha vida. Amém.

5º dia – João de Deus, pobre, mas confiado
Que matemáticas eram as tuas? “Estou com muita necessidade, empenhado e cativo só por Jesus Cristo. São muitos os pobres, e como não os posso socorrer, estou muito triste”. Mas depois acrescentas: “confio apenas em Jesus Cristo, que me desempenhará; Deus tudo mantém e a tudo provê em cada dia. Dar aqui, dar além, é sempre ganhar”. Que eu aprenda a tua sensibilidade, o teu critério transcendente e saiba imitar-te. Amém.

6º dia – João Deus, esmoler de Deus
Em cada dia, João de Deus, o teu pregão era: “fazei o bem a vós próprios, dando esmola aos pobres”. Para ti, a esmola enriquece quem dá e a quem recebe. “A esmola está diante de Jesus, rogando por vós; e os anjos escrevem-na no livro da tua vida. Quem não dá do que tem a este bendito mercador, que faz tão boa mercadoria!”. S. João, abre a minha mente, o meu coração e a minha mão. Amém.

7º dia – João de Deus, escravo de Jesus e Maria
Jesus e Maria estavam no centro do teu ser, S. João: “em nome de Nosso Senhor, e de Nossa Senhora, o menor escravo de todos os escravos”. Na tua vida, desejavas sempre servi-Los e agradar-Lhes: “seja tudo para o Seu serviço”. Como ideal, querias tomar como exemplo a Virgem Maria, a qual tecia e trabalhava todo o dia e à noite e parte do dia rezava no seu retiro. S. João de Deus, que eu saiba refugiar-me em Jesus e Maria e Eles sejam o meu ideal de cristão. Amém.

8º dia – João de Deus, fundador para os pobres
Para ti, João de Deus, pobres eram os maltratados, abandonados, enfermos, incuráveis, chagados, que, ao vê-los, te quebravam o coração. Escreveste: “desvelar-se em cuidar deles, fazer-lhes bem e caridade, vesti-los e curá-los”. Do teu exemplo, nascem os teus Irmãos Hospitaleiros e surge a tua obra de caridade; e desde há 4 séculos que continuas entre os pobres por meio dos que continuam a tua missão. Que o teu exemplo não se desvirtue e os pobres possam contar com mãos e corações a seu lado. Amém.

9º dia – João de Deus padroeiro dos bombeiros
Deste o teu exemplo, S. João de Deus, com tua coragem, abnegação e desapego da própria vida. Por isso fostes proclamado patrono dos bombeiros. Sê nosso intercessor, para que, antes dos interesses sociais, econômicos e políticos, sejamos anjos de resgate para aqueles que sofrem; que as nossas viaturas sejam santuários; e para que atuemos com responsabilidade e ética, com profissionalismo e técnica, com espírito de serviço, com respeito na defesa da vida. Amém.

Oração final
Senhor, que inflamastes São João de Deus no fogo da caridade – para que fosse na terra o Apóstolo dos pecadores, Socorro dos pobres e Saúde dos doentes – no céu o constituístes Alívio dos que sofrem e Padroeiro dos bombeiros. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que neste momento vos pedimos (pedir a graça…), prometendo imitá-lo nas suas virtudes, na santidade, na construção do Vosso Reino de Paz, Justiça, Amor e Misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.

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